O manejo do jovem infrator: Contribuições da
Psicanálise Winnicottiana
A temática da delinquência juvenil levanta questões difíceis e traz à tona um debate sobre quais as melhores formas de condução e manejo nesses casos. O ECA, Estatuto da Criança e do Adolescente, criado em 1990, além de ter estabelecido medida básicas para a infância e adolescência, ofereceu as diretrizes para o tratamento de jovens infratores. Esse estatuto propõe medidas de ressocialização do adolescente infrator compreendendo a infração a partir de uma falha no processo de socialização, sendo, portanto necessário refazer esse processo, oferecendo condições para este jovem se reintegrar à ordem social vigente com suas normas e valores compartilhhados. Na Psicanálise, a questão da delinquência juvenil recebeu grande contribuição do inglês Donald Woods Winnicott, que se destacou por localizar a delinquência dentro de uma teoria da saúde e do amadurecimento humano. A perspectiva winnicottiana compreende o jovem, que comete um ato infracional, como um indivíduo deprivado, ou seja, que em determinado momento de seu amadurecimento teve retirado, de seu ambiente suficientemente bom, cuidados essenciais na vida familiar, que ainda eram importantes e necessários. O comportamento anti-social seria uma forma de reinvindicar o retorno desse ambiente, experimentado em algum momento de seu amadurecimento. A concepção original de Winnicott traz importantes contribuições para as redes de apoio ao ECA, responsáveis pelo tratamento e condução dos jovens infratores. Winnicott compreende a atitude anti-social como uma expressão vital de esperança de tratamento, portanto, para que ocorra a superação, assim como a prevenção do comportamento delinquente, é importante que este jovem encontre um ambiente capaz de lhe oferecer possibilidades de superação da deprivação, reconquistando a confiança num ambiente suficientemtente bom, que lhe fora retirado em seu amadurecimento.
Palavras-Chave: Ato infracional; Estatuto da Criança e do Adolescente; Psicanálise Winnicottiana.
Para ter acesso ao texto completo, entre em contato com a autora pelo e-mail: marina.reigado@gmail.com