Alegorias presentes em O Apanhador no campo de centeio e em Crepúsculo
A clínica psicanalítica é profundamente sensível às condições históricas e sociais. Transformações nessas áreas produzem efeitos sobre os sintomas, as formas de organização e subjetividade que vemos na clínica. A clínica de adolescentes expõe de forma clara o impacto dessas mudanças. Os jovens dispõem de recursos distintos e formas de subjetividades singulares em cada época, o que requisita uma prática analítica sintonizada com o contexto histórico em que estão inseridos. Mas, além de reconhecer os fatores históricos e sociais relativos à subjetividade, cabe á Psicanálise identificar e apontar os elementos próprios á constituição psíquica. Nesse sentido, as contribuições de Jean Laplanche são frutíferas, especialmente sua teoria tradutiva. Para este autor, o corpo do adolescente é palco do encontro entre o instinto sexual da puberdade e a pulsão. Este encontro traz à tona uma série de enigmas que convocam o adolescente para a difícil tarefa de tradução. O objetivo desta monografia é, justamente, lançar um olhar sobre a tarefa de tradução do sexual na adolescência, investigando e apontando os recursos de simbolização disponibilizados aos jovens em dois momentos históricos distintos. A fonte material utilizada foi a literatura jovem nos séculos XX e XXI, representada por dois livros, O Apanhador no campo de centeio e Crepúsculo. A investigação apontou que, apesar de os protagonistas apresentarem diferentes formas de subjetividade e se utilizarem de recursos de simbolização distintos, eles se aproximam justamente por estarem diante de um corpo que é objeto-fonte de pulsão capaz de propor enigmas incessantemente.
Para ter acesso ao texto completo, entre em contato com a autora pelo e-mail: marina.reigado@gmail.com