O ambiente facilitador continua tendo lugar especial também na adolescência, especialmente para oferecer uma continência e moldura para as tendências que começam a se manifestar.
Os conflitos e fantasias da infância se incrementam em decorrência de conquistas da adolescência. Os conteúdos fantasmáticos da infância assumem agora a possibilidade de concretização na realidade. As fantasias infantis de ataque e assassinato no Édipo, a auto-destrutividade e suicídio, a gravidez, deixam de ser apenas fantasias e já se tornam possibilidades reais, o que incrementa a já complicada relação do adolescente com os pais e com seus impulsos agressivos (Winnicott, 1963).
O adolescente buscará no ambiente os controles externos tanto para conter esses conteúdos, como inclusive para derrubar os controles e se estabelecer independentemente dos pais, como pessoas capazes de vontade própria. (Del-Faro, 2007).
Os pais ao estabelecerem e manterem limites oferecem uma moldura, permitindo o confronto, essencial nesse momento. Para Winnicott é importante que esse confronto mantenha uma vivacidade, evitando atitudes sentimentalistas ou passivas, assim como não cabe reagir ao confronto de forma agressiva ou retaliativa.
A moldura oferecida pelos pais possibilita a conquista do autocontrole. Assim, os adolescentes podem se tornar cada vez menos dependentes do controle externo podendo confiar e recorrer a sua própria capacidade de continência e controle. (Del-Faro, 2007).
Conforme nos alerta Winnicott (1968) os pais quase não têm condições de ajudar na adolescência, no sentido de evitar os movimentos incômodos dessa fase, não é isso que lhes cabe. Ao contrário, o papel aos pais é “sobreviver, sobreviver intactos” aos ataques e rebeliões próprios e saudáveis à idade.
Autora: Marina Reigado I Psicóloga Clínica
Consultório Rua Guajajaras, 1470 - Barro Preto
Belo Horizonte I Minas Gerais
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