“Para Bohoslavsky (1981), qualquer escolha implica um projeto, e um projeto nada mais é o que uma estratégia no tempo; contudo, o trabalho de Orientação Profissional, em geral, limita-se ao momento da escolha.
O projeto, por sua vez, vai além: é uma ação que deve ter em seu cerne o questionamento dos meios utilizados e mesmo prever que ocorram resistências, dificuldades ou impossibilidades em sua realização (Boutinet, 2002). Projeto corresponde a uma apropriação em que, a partir de uma confrontação eu-exterior, o indivíduo seleciona determinados objetivos preferíveis a outros. Fica implícito que, seja qual for o projeto, há sempre uma elaboração pessoal, na qual o sujeito toma plena consciência do significado que a opção particular comporta no presente e no futuro, e que, para sua concretização é necessário o cumprimento de certas condições, de certas etapas, de um plano de ação. Nesse sentido, no desenvolvimento do projeto estão envolvidos componentes conflitivos e afetivos em interação constante. O que a noção de projeto traz com maior clareza é a proposta de ação, de como essa solução pode ser implementada (Ribeiro, 2005)”
Fonte: UVALDO, Maria da Conceição Coropos, SILVA, Fabiano Fonseca da. Escola e escolha profissional: um olhar sobre a construção de projetos profissionais. In: LEVENFUS, R.S., SOARES, D.H.P. (Orgs.) Orientação Profissional Vocacional. Porto Alegre: Artmed, 2010, p. 33-34)