Não é o nome que determina o destino do nomeado, mas será que a forma como nos auto-denominamos não reflete o modo como nos colocamos em algumas situações?
Estas duas palavras, concursando e concurseiro, têm sido usadas indiferentemente, mas se prestarmos mais atenção, na construção desses termos, percebemos diferenças interessantes.
O sufixo eiro, entre outros usos, é normalmente, utilizado para designar profissão ou ofício. Assim temos os barbeiros, pedreiros, sapateiros, costureiros, cozinheiros...
Já a terminação ndo, formadora do gerúndio, traz uma idéia de estágio ou estado, portanto algo momentâneo e temporário. Dessa forma, o educando é quem está em processo de educação, vestibulando é aquele que está se preparando para passar no vestibular - em ambos os exemplos fazemos referência a um período transitório.
Já a terminação ndo, formadora do gerúndio, traz uma idéia de estágio ou estado, portanto algo momentâneo e temporário. Dessa forma, o educando é quem está em processo de educação, vestibulando é aquele que está se preparando para passar no vestibular - em ambos os exemplos fazemos referência a um período transitório.
Mas o que toda essa gramática tem a ver com concurso público?
Os termos concursando e concurseiro parecem designar posturas diferentes com relação ao concurso. O termo concurseiro dá a impressão de uma atividade que se prolonga ao longo do tempo. Ser concurseiro torna-se quase uma profissão. Não é difícil encontramos pessoas que largam tudo para se dedicar exclusivamente ao concurso e quando indagadas sobre o trabalho que exercem, respondem sem titubear: "Estou estudando para concurso". O termo concurseiro parece, por isso, enfatizar muito mais o processo envolvido no concurso – o estudo e a preparação – do que o alvo final, a aprovação.
O concursando, por outro lado, destaca o caráter transitório tendo, como objetivo final claro - mais do que a aprovação em qualquer concurso - a provação para uma vaga específica que é almejada. Não se trata de "atirar para todos os lados" mas de se dirigir e se organizar no sentido de alcançar a vaga que realmente interessa.
É claro, que o essencial para a aprovação não é a nomenclatura em si, mas a postura do candidato em relação a sua escolha. Por isso, vale a pena refletir sobre suas verdadeiras motivações ao escolher o concurso público, avaliando com cuidado seus objetivos e anseios.
É claro, que o essencial para a aprovação não é a nomenclatura em si, mas a postura do candidato em relação a sua escolha. Por isso, vale a pena refletir sobre suas verdadeiras motivações ao escolher o concurso público, avaliando com cuidado seus objetivos e anseios.
Autora: Marina Reigado I Psicóloga Clínica
Consultório Rua Guajajaras, 1470 - Barro Preto
Belo Horizonte I Minas Gerais