O massacre ocorrido ontem na escola Escola Municipal Tasso da Silveira, no Rio de Janeiro era um crime até então inédito no Brasil e, inevitavelmente, nos faz lembrar de crimes semelhantes cometidos em outros paíes. O massacre de Columbine, é talvez um dos primeiros que nos vêem a mente.
Em 20 de abril de 1999, no Instituto Columbine, em Colorado - EUA - os estudantes Eric Harris de 18 anos, e Dylan Klebold de 17 anos, atiraram em vários colegas e professores, matando muitos jovens e deixando vários feridos.
Foi a partir desse crime que a autora Lionel Shriver escreveu em 2007 o livro "Precisamos falar sobre o Kevin", um texto polêmico que apresenta a relação de Kevin, um dos assassinos do massacre, e sua mãe Eva.
O texto ficcional se desenvolve por meio de cartas nas quais a mãe do assassino escreve ao pai ausente. Longe de pretender explicar as origens e constituição do criminoso, o livro nos aproxima dos dramas e conflitos de uma mulher com a maternidade, que não se impôs de forma alguma de maneira natural, instintiva e amorosa. Fala-se aqui de uma mãe que rejeita seu bebê e que não encontra um sentido sublime nem amoroso em ser mãe.
Um trecho do livro:
"É só isso que eu sei. Que, no dia 11 de abril de 1983, nasceu-me um filho, e não senti nada. Mais uma vez, a verdade é sempre maior do que compreendemos. Quando aquele bebê se contorceu no meu seio, do qual se afastou com tamanho desagrado, eu retribui a rejeição - talvez ele fosse 15 vezes menor do que eu, mas, naquele momento, isso me pareceu justo. Desde então lutamos um com o outro, com uma ferocidade tão implacável que chego a quase admirá-la. Mas deve ser possível granjear devoção quando se testa um antogonismo até o último limite, fazer as pessoas se aproximarem mais pelo próprio ato de empurrá-las para longe. Porque, depois de quase dezoito anos, faltando apenas três dias, posso finalmente anunciar que estou exatsuta demais e cofnusa demais e sozinha demais para continuar brigando, e , nem que seja por desespero, ou até por preguiça eu amo meu filho. Ele tem mais cinco anos sombrios para cumprir em uma penitenciária de adultos, e não posso botar minha mão no fogo pelo que sairá de lá no final. Mas, enquanto isso tenho um segundo quarto em meu apartamento funcional. A colcha é lisa. Há um exemplar de Robin Hood na estante. E os lençóis estão limpos."
Autora: Marina Reigado I Psicóloga Clínica
Consultório Rua Guajajaras, 1470 - Barro Preto
Belo Horizonte I Minas Gerais
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